
Incertezas no mercado da carne porco
China: política comercial que apoia o preço
As descidas nos preços do porco (-30% no ano em curso) estão a pressionar as margens já que o mercado continua a estar sobre-abastecido. As taxas anunciadas a aplicar sobre o suíno proveniente dos Estados Unidos ajudam a estabilizar os mercados a curto prazo, mas é pouco provável que compensem completamente as pressões do mercado. As taxas potenciais sobre a soja dos EUA aumentam a pressão sobre os custos de produção. Prevê-se que as perdas continuem, mas que melhorem gradualmente à medida que a indústria ajuste a sua produção. A procura de carne de porco continuará a ser boa, ajudada pelos festivais de primavera e os baixos custos.
EUA: a produção e o comércio pesam nos mercados
O acompanhamento do crescimento planificado em 2018 está a ter como resultado produções records estacionais, ao mesmo tempo que as demoras no aumento da capacidade e a interrupção do comércio reduzem a procura. Prevêem-se poucas alterações imediatas nos planos de produção, já que a indústria acumulou fundos para resistir à atual recessão. Com as renegociações do TLCAN (Tratado de Livre Comércio da América do Norte) em marcha e com a guerra comercial com a China, os planos para aumentar a produção devem ser reconsiderados.
Brasil: as exportações para a China ajudam a amortecer o golpe
Um aumento nas exportações para a China e Hong Kong está a ajudar a compensar o acesso perdido ao principal mercado de exportação, a Rússia. Ainda assim, os produtores brasileiros continuam a lutar contra preços débeis da carne de porco e contra maiores custos da alimentação. Com base nos atuais níveis de ganhos, espera-se um crescimento mais lento da produção no próximo ano.
UE: o aumento da oferta pressiona os preços
Espera-se que o crescimento da produção e a debilitação das exportações limitem o aumento das margens em 2018. O crescimento gradual do efetivo de suínos reflete bons resultados durante o ano passado e um aumento da produtividade. Não se espera que a UE tenha uma grande recuperação da procura por parte da China, mas espera-se algum crescimento no Japão e na Coreia do Sul. A PSA (e o risco sobre as exportações ante esta eventualidade) continua a ser uma ameaça para o mercado.
Alemanha
De acordo com os dados do Interprofissional suinícola do Reino Unido, AHDB Pork, as exportações de carne de porco fresca/congelada da Alemanha, em 2017, caíram pelo terceiro ano consecutivo, atingindo os 1,8 milhões de toneladas.
A diminuição deveu-se, em grande parte, à importante diminuição dos envios para a China (-40%) passando das 277000 toneladas em 2016, para as 168000 toneladas em 2017.
Pelo contrário, a queda no comércio chinês viu-se compensada por um aumento nos envios de carne de porco alemã para outros países não pertencentes à UE. Em particular, houve um aumento de 22% nas exportações para a Coreia do Sul, com um total de 95000 t (+22% relativamente ao ano anterior) assim como nos envios para as Filipinas, Japão e Hong Kong.
Fonte: 3tres3 / Rabobank